quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Vazamento de óleo no Nordeste: quais órgãos são responsáveis por limpar, investigar e punir

Militares da Marinha e agentes do Ibama trabalham para retirar óleo da foz do rio Jaboatão, em Pernambuco

Militares da Marinha e agentes do Ibama trabalham para retirar óleo da foz do rio Jaboatão,
 em Pernambuco. Foto: Marinha / BBC News Brasil

Segundo a legislação, órgãos federais têm responsabilidade primordial em incidentes ambientais de grande escala; para especialista, porém, governo falha em coordenar esforços de limpeza e de investigação.


As manchas no litoral do nordeste imobilizaram vários órgãos federais, estaduais e municipais, além de milhares de voluntários.
 O incidente já afetou 225 praias em 80 municípios desde o fim de agosto.
Neste fim de semana, as manchas voltaram a aparecer em seis parias no Rio Grande do Norte que já haviam sido afetadas pelo vazamento (Tabatinga, Búzios e Cumurupim, em Nísia floresta; praia do Giz e Praia do Amor, em Tibau do Sul; e Pirangi do Norte em Parnamirim). [A dimensão do acidente  e as dúvidas quanto a sua autoria têm alimentado embates entre autoridades e motivado críticas de comunidades impactadas e ambientalistas que questionam a eficácia da resposta governamental ao desastre.
No artigo 20 a constituição cita entre os bens da União “praias marítimas” e os “terrenos da marinha e seus acrescidos” são as áreas localizadas numa faixa de 33 metros contados a partir do mar em direção ao continente, assim como as margens de rios e lagoas que sofrem a influência das marés.

Qual é, no entanto, a atribuição de cada órgão em um acidente como esse? Quem é responsável por limpar as praias, investigar o vazamento, e limpar as praias?
A legislação Brasileira define as atribuições a cada órgão nas respostas de acidentes e crimes ambientais
Em vários casos, há responsabilidades sobrepostas, quando mais de um órgão é incumbido de determinada função.
Especialistas pela BBC News Brasil afirmam, porém, que a responsabilidade primordial em acidentes de grandes magnitudes em praias e mares é da União, e não de Estados e Municípios.

Pesquisador da UFAL (Universidade Federal de Alagoas), diz ter descoberto origem de mancha de óleo nas praias.

30/10/2019 08h48 Atualizado 

Imagem mostra vazamento de óleo em formato de meia lua com 55 km de extensão — Foto: Divulgação/Lapis
Imagem mostra vazamento de óleo em formato de meia lua com 55 km de extensão — Foto: Divulgação/Lapis


Vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar.


O pesquisador da UFAL( Universidade Federal de Alagosas) não comentou os testes feitos pela Petrobrás sobre o “DNA” do petróleo, mas disse que foi a primeira vez que identificaram uma mancha diferenciada no mar. Segundo ele imagens de satélite retroativas mostraram fragmentos – muitos deles mais perto da costa do Espírito Santo.

"Durante esse tempo foi uma  montagem de quebra cabeça que na segunda (28) descobrimos a peça chave, foi a primeira vez que observamos uma imagem de   satélite que detectou uma faixa da mancha de óleo original, ainda não fragmentada e não carregada pelas correntezas”, diz Barbosa.

Para o pesquisador, a mancha "mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar". "Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo ou, pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do pré-sal".

Os fragmentos registrados retroativamente, em menor volume, tinham padrão diferente do que foi detectado no Sul da Bahia.
As regiões analisadas pelo pesquisador nas imagens está perto de áreas de exploração de petróleo, conforme mapeamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis.
"As imagens mostram que há pequenas quantidades de óleo espalhadas pelo oceano, motivo porque o Brasil precisa estabelecer um monitoramento mais consistente do oceano. Mas a quantidade de petróleo identificada na imagem de ontem, próximo à Costa da Bahia, é de uma enorme extensão", afirma.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Danos causados por óleo no Nordeste irão durar por muito tempo

Danos causados por óleo no Nordeste irão durar por muito tempo
Mesmo que a limpeza seja feita, e para nossos olhos pareça limpo de todo óleo, não podemos criar ilusões, pois o risco se encontra ali por anos..."Essas substâncias contaminam todos organismos do ambiente e isso facilmente cai na cadeia alimentar. Um pequeno peixe, por exemplo pode comer algo que esteja contaminado. Isso entra na cadeia até chegar no peixe que consumimos".

Pesquisa da UFBA encontra Óleo em Organismo de animais marinhos

Os pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), numa pesquisa com foco na vida marinha, encontrou cerca de 38 animais afetados pelo oléo recentemente derramado nos rios nordestinos, afetando os sistemas digestivos e respiratórios das espécies. Elas incluem em grande parte peixes e mariscos das regiões da Praia do Forte, Itacimirim e Guarajuba, onde eles foram recolhidos e analisados, sendo dificil afirmar se a carga recolhida é contaminada, por depender de de análises químicas, diz o pesquisador responsável pela pesquisa Franscisco Kelmo, do Instituto de Biológia.
Fonte:https://www.gazetadopovo.com.br/republica/breves/vazamentos-oleo-laudo-tecnico-implica-multinacional/ Foto de: Marcos Rodrigues/ Governo do Sergipe
No momento a dica e recomendação é não consumir as espécies pescadas da região por precaução, com mais de 16 mil pescadores já foram afetados direta e indiretamente por esse óleo, nas nas regiões de Salvador, Itaparica, Vera Cruz e praias do Litoral Norte, até a divisa com Sergipe, retirando a quantidade de óleo ou impedidos de exercer suas atividades, reduzindo assim suas vendas, pelo impedimento da pesca, e o medo dos compradores de consumir o produto, por desconfiar que eles estejam afetados e assim serem contaminados de alguma forma, porém cerca de 90% dos peixes vendidos vem de estados não afetados como Pará, Amazonas, São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina, com a pesca dessas regiões.




segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Reciclagem e economia conquistam fabricantes de móveis e acessórios.

Sustentabilidade tem lugar garantido na lista de prioridades de designers e fabricantes.

TRAMONTINA LANÇOU DUAS CADEIRAS FEITAS DE PLÁSTICO RECICLADO (FOTO: DIVULGAÇÃO)

A cada dia fica mais evidente o predomínio do “pensamento sustentável”, como forma de guiar novas criações nas áreas de decoração e design.
 O tema tem hoje lugar garantido na lista de prioridades de designers e fabricantes, assim como não são poucos os consumidores que já prezam pela qualidade e procedência dos objetos que pretendem ter em casa. Sintonizadas com os anseios do mercado, três empresas acabam de lançar produtos confeccionados com base na reciclagem de materiais e na economia de recursos. Um movimento que só tende a aumentar nos próximos anos. A demanda é cada vez maior, já que sustentabilidade é uma pauta nos mais diversos nichos. Não poderia ser diferente com a decoração", explica Rui Baldasso, diretor de produtos da Tramontina, que acaba de lançar duas cadeiras feitas de plástico reciclado. No caso, a partir de sacos utilizados pela petroquímica Braskem, utilizados no transporte de resinas, que, uma vez reprocessados dão origem à matéria-prima. Segundo Baldasso, serão utilizados pelo menos 600 toneladas de plástico reciclado por ano na produção de três modelos de cadeiras. Provém de garrafas PET, a matéria-prima empregada pelos irmãos Jack e Sérgio Fahrer, no mais novo lançamento de sua marca, a cadeira Miramar. Conhecido como madeira plástica, o material permite a reprodução de veios de madeira em sua superfície. "O que há de mais inovador na peça é o uso das réguas de plástico reciclado, no assento e no encosto, uma matéria-prima obtida a partir de garrafas PET recolhidas dos oceanos. Mas a estrutura de aço reciclado, ao invés de aço virgem, também é sustentável", afirma Sérgio, que aponta como atrativo a mais a possibilidade de produzir o móvel em diversas cores. "Trata-se de um produto que pode ser utilizado em vários ambientes, do escritório à área de lazer. É um objeto leve, que pode ser empilhado e, claro, deixa qualquer espaço mais sustentável", detalha o designer.
Além das novas cadeiras, uma linha composta por 40 itens, entre acessórios e utilitários produzidos com algodão orgânico é a aposta da Tok&Stok para atrair os consumidores mais conscientes. São cestos, jogos de cama, capas para almofada, xales e toalhas todos feitos de matéria-prima importada, seguindo fielmente os parâmetros da cultura orgânica. Ou seja, o algodão é cultivado sem agrotóxicos ou pesticidas e as peças confeccionadas dentro de um processo de produção que emprega menos água e economiza 62% de energia que os produtos convencionais.
20/10/2019 - 10H39 - ATUALIZADA ÀS 10H46 - POR ESTADÃO CONTEÚDO

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Porque muitas praias do Nordeste atingidas por petróleo não estão impróprias para banho.

Banhistas em Conde, na Bahia; no Estado, órgão emitiu um alerta para que praias contaminadas com óleo sejam evitadas.
Manchas de óleo de origem desconhecida ainda no Nordeste, não tornaram as praias inaptas para banho. Mas se o contato com o óleo é prejudicial a saúde, qual o risco as pessoas que tomam banho nessas praias? O coordenador de gerenciamento costeiro do instituto de Meio Ambiente de alagoas (IMA), Ricardo César de Barros Oliveira explicou que as manchas apareceram em forma quase sólido, ou seja com efeito do clima da luz e do sal. um material já condensado quase solidificado. Um material consistente que tem óleo incorporado, mas não deixa filmes ou resto de óleo soltos, por isso as praias se mantêm balneárias. O IMA emitiu o último relatório na sexta-feira (11) apontando que dos 63 pontos analisados, apenas 3 foram considerados impróprios. Mesmo com o registro da água em 15 pontos.
No Rio Grande do Norte das 31 amostras feitas, apenas uma, na Foz do Rio Pirangi apresentou problemas de balneabilidade.
Oliveira afirma ainda que o bom resultado da balneabilidade, se deve também a outros dois motivos. “A resposta imediata de limpeza das praias e por ser petróleo temperizado ou seja, condensado em fragmentos”
Ainda segundo ele, o que está ocorrendo é a contaminação da areia das praias onde o óleo fica depositado. “Ai sim, o calor intenso esquenta o óleo e amolece um pouco. Mas se a água bate ele fica sólido. O risco maior que tem é a descaracterização paisagem. Para as, o risco quando pisam, o óleo fica agregado”, explicou.